quinta-feira, 13 de junho de 2013

Resistência à Ditadura em Alagoas IV

 
 

O vereador Josias de Souza Marques e o candidato a senador Mendes de Barros, em Anadia-Alagoas, em 1970.


Resistência à Ditadura em Alagoas IV   

 
           A campanha eleitoral de 1970 foi o primeiro momento de mobilização eleitoral após a edição do Ato Institucional nº 5 [AI-5], em 13 de dezembro de 1968. A partir desse instante o Brasil passou a viver a institucionalização do terror de Estado.

A campanha eleitoral contou com dois bravos candidatos ao senado pelo Movimento Democrático Brasileiro [MDB], naquela eleição duas vagas estavam sendo disputadas. O MDB escolheu o professor Aurélio Viana e o advogado Mendes de Barros. A ditadura apresentou dois ex-governadores, Luiz Cavalcante e Arnon de Mello. Vitória eleitoral do governistas. Pressão, prisões e cassações de mandatos parlamentares e suspensão dos direitos políticos eram a armas da ditadura. O segundo momento foi em 1974; novamente o MDB apresentou como candidato ao senado o vereador de Maceió, Pedro Marinho Muniz Falcão.

A campanha foi bastante disputada. Em Maceió a oposição ganhou com folga, perdendo no interior. Com o voto controlado e a falta de estrutura do MDB não foi possível derrotar o candidato governista, Teotônio Vilela. Em 1978, o MDB, depois da proibição dos discursos na televisão, apresentou o advogado José Moura Rocha, que disputou a eleição com três candidatos da ditadura: Luiz Cavalcante, José Sampaio e Rubens Vilar. As vitórias eleitorais aconteciam modestamente; em 1974 o MDB elegeu dois grandes parlamentares: o deputado estadual Mendonça Neto e José Costa, federal.

Os dois valiam por uma bancada. Denunciaram tortura em presos políticos e em presos comuns, assassinatos de presos custodiados. Foram as vozes e os ouvidos do povo trabalhador das Alagoas. Em 1978 foi eleito deputado estadual o estudante Renan Calheiros, Mendonça Neto se elegeu deputado federal e José Costa se reelegeu deputado federal. Moura Rocha foi derrotado. Mas a traição do deputado Vinicius Cansanção influenciou bastante no resultado final: ao desistir de se candidatar ao Senado federal, o somatório dos votos das sublegendas facilitou a reeleição do general Luiz Cavalcante.

A ditadura militar foi derrotada nas eleições para o Senado em 1974, quando 16 senadores foram eleitos em vários estados. Colocou as barbas de molho. Para garantir 1/3 das vagas o regime militar criou um canhestro artifício: o da “eleição” do senador biônico. No caso alagoano a vaga ficou com Arnon de Mello. Como registro histórico eis alguns dos senadores da oposição eleitos em 1974: Orestes Quércia em São Paulo, Paulo Brossard no RS, Marcos Freire em PE, Itamar Franco em MG, entre outros.

 

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