quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Comissão Estadual da Verdade Jayme Miranda


 
Fernando Costa e o padre Manoel Henrique
 
(*) Geraldo de Majella

 

A Comissão Estadual da Verdade Jayme Miranda, coordenada pelo Padre Manoel Henrique Santana, realizou a primeira sessão de depoimentos de vítimas e familiares da ditadura militar brasileira. Aconteceu no auditório do Museu da Imagem e do Som (MISA), no bairro de Jaraguá. Dois depoentes convidados compareceram: a advogada Ezir Colaço, irmã do ex-preso político e dirigente do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), Rubens Colaço Rodrigues, e o funcionário público e advogado Fernando José Barros Costa, ex-preso político e militante do Partido Comunista Revolucionário (PCR).

O padre Manoel Henrique Santana, coordenador-geral da Comissão Estadual da Verdade (CEV), dirigiu os trabalhos. Estiveram presentes e contribuíram com perguntas os seguintes membros da CEV: a professora Alba Correia, a economista Marivone Loureiro e os advogados Everaldo Patriota e Delson Lyra.

 Fernando Costa foi preso em 1973 na praça da Faculdade de Medicina em Maceió. Era, à época, estudante de medicina da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), e sofreu tortura por dias seguidos. Foram-lhe aplicados choques elétricos, espancamentos, sendo por diversas vezes colocado no pau de arara.

 A prisão foi realizada por uma guarnição do 20º Batalhão de Caçadores (20-BC), comandada pelo sargento e torturador Canaã.  Inicialmente foram presos Fernando e seu irmão Jeferson Costa. Em seguida, os militares do 20º BC estiveram na sua residência, no bairro do Prado em Maceió, e prenderam o pai, a mãe, um outro irmão e um primo.

Os estudantes Fernando e Jeferson Costa foram torturados, segundo afirmou Fernando Costa, nos antigos galpões da Petrobras, localizados no Tabuleiro do Martins. Nesse ano (1973), ocorreram outras prisões: os irmãos Breno e Denis Agra, Norton Sarmento, Paulo Newton de Azevedo, Miriam Soares Ferro, Vera Costa, Denisson Menezes, os médicos Luiz Nogueira Barros e Hélia Mendes, entre outros.

Estiveram presos na carceragem da Polícia Federal, Dops e no Quartel do 20º BC. Foram condenados à pena de seis meses de prisão, cumprindo-a no antigo presídio São Leonardo, em Maceió.

 

(*) Historiador

 

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